Agentes públicos e representantes dos mais diversos segmentos da cidade participaram da audiência pública realizada na noite de terça-feira, no plenário da Câmara Municipal, sobre a Revisão do Plano Diretor e construção do Plano de Mobilidade Urbana e do Transporte Coletivo Urbano.
Durante quase três horas, os técnicos das empresas consorciadas 3C/PróCidades apresentaram uma panorâmica sobre diagnóstico elaborado com base numa pesquisa que ainda está sendo realizada sobre ocupação de espaços e mobilidade. Foi mostrado como a cidade está se expandindo, as áreas consideradas alagáveis e os principais gargalos existentes quanto mobilidade. Sobre a densidade demográfica, o comportamento de Alegrete não difere de outras cidades em que a população decresce e envelhece, conforme a pirâmide etária. Se por um lado a população jovem economicamente ativa sai da cidade em busca de oportunidades e não retorna, o núcleo urbano não diminui porque há uma migração da zona rural que hoje está com apenas 9% da população morando no campo.
Números Animadores
Mas alguns números apresentados foram animadores, como o crescimento econômico da cidade que chegou a 73% nos últimos 16 anos devido ao desempenho da atividade econômica, riqueza que impulsiona o PIB. Também sobre o IDH que mede o desenvolvimento humano, Alegrete, conforme os dados apresentados, chegou próximo à média do Estado, considerada alta, com uma crescente melhoria na qualidade de vida nos últimos 10 anos.
Com o apoio da UNIPAMPA, as pesquisas sobre mobilidade registraram os deslocamentos da população, os meios utilizados (a pé, de carro, ônibus ou bicicleta), a utilização dos espaços públicos e o patrimônio histórico da cidade considerado valioso.
Crescimento da Frota de Veículos
Alguns dados apresentados chamaram a atenção. Nos últimos nove anos, a frota de veículos em Alegrete passou de 25 mil para 37 mil veículos. Dessa frota, o número de motocicletas representa 26%, ultrapassando a média do Estado que é de 14%. Sobre os pontos de maior movimento, a avenida Alexandre Lisboa, próximo à ponte Borges de Medeiros registrou, conforme a pesquisa, a passagem de 4 mil veículos num período de duas horas. Outro ponto de grande movimento registrado foi na avenida Assis Brasil esquina com a rua Daltro Filho. Outra constatação foi de que 72% dos carros trafegavam apenas com o motorista e isso carrega o sistema viário, apontou a pesquisa.
No tocante aos acessos da cidade, o de maior movimento foi a entrada via República Rio-Grandense e o destino dos veículos, a maioria é no sentido do centro da cidade. A respeito do transporte coletivo, 21% da população utiliza o ônibus para seus deslocamentos, 33% andam a pé e 28% se deslocam de carro. A reclamação dos usuários dos ônibus vão da falta de qualidade à acessibilidade. Mas um dado a favor é de que as rotas dos ônibus foram consideradas boas, cobrindo praticamente toda a cidade.
Significativo o uso da Bicicleta como meio de Transporte
A pesquisa registrou também que a população utiliza muito a bicicleta para locomover-se. Um ponto de observação próximo à ponte Borges de Medeiros registrou que, no espaço de duas horas – horário de pico - passaram no local 1,4 mil bicicletas. Em outro ponto, defronte a UNIPAMPA, foram 800 bicicletas no mesmo espaço de tempo. Para os técnicos do Consórcio, o volume é significativo para se pensar em ciclovias.
O relatório técnico apresentado tem mais de 100 páginas e aponta os maiores problemas e dificuldades em termos de desenvolvimento populacional e crescimento do PIB. Mostra também que a expansão da cidade acontece para o lado leste, na zona central o crescimento é vertical e há um avanço para o sul em direção à BR 290.
Ao final da audiência, houve uma dinâmica de grupo em que foram apontadas tendências sobre áreas verdes, segurança, ciclovias, trânsito, subsídios considerados importantes para o trabalho. Houve um espaço para a manifestação do público.
O prefeito Márcio Amaral participou da audiência, assim como os secretários Paulo Salbego, do Planejamento, Jesse Trindade Santos, do Desenvolvimento Econômico e Turismo; Gabriela Segabinazzi, do meio Ambiente; Luciano Pereira, da Segurança, Mobilidade e Ciddania; Daniel Gindri, da Agricultura e Pecuária; José Rubens Rosa Pillar, diretor Executivo.
Um desenho da Cidade
Para os apresentadores do trabalho, arquitetos Tiago Silva e Ida Bianchi, do Consórcio 3C/PróCidades, a ideia foi absorvida pelo público que participou, sugeriu e ressaltou os fatos positivos. A ideia que fica é sobre que cidade está na cabeça de cada um. “É juntar as peças para fazer o desenho do futuro da cidade”, destacou o arquiteto Tiago Silva.
A pesquisa estará disponível até o próximo domingo (14). É extremamente importante a participação da população.
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