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NOTÍCIAS
27/11/2018
Workshop na Semana do Empreendedorismo de Alegrete revela um mundo de oportunidades para investir no setor agropecuário
A Semana Municipal do Empreendedorismo, promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação, Ciência e Tecnologia, propiciou durante a sua realização, uma ampla discussão em torno de um tema que direciona Alegrete para o futuro: o empreendedorismo como oportunidade para negócios, geração de renda e emprego. Entre a programação, foi realizado no dia 21, na Câmara de Vereadores, o “II Workshop do CMDA: Empreendedorismo no Setor Agropecuário”, coordenado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário de Alegrete, composto por 20 entidades ligadas ao setor.

O evento trouxe a apresentação de onze cases e ideias voltadas a novos negócios e mostrou perspectivas de desenvolvimento para a região, por meio de projetos que podem ser colocados em prática através de custos compatíveis e ações objetivas e coletivas.

Subsídios ao Novo Plano Agropecuário

Inicialmente, foi apresentado pelo presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário de Alegrete, Eng. Agrônomo Leonardo Cera, os resultados do “I Workshop do CMDA: Desafios Futuros para o Desenvolvimento Rural”, realizado durante a 11ª Semana Arrozeira de Alegrete. Evento que teve como objetivo, a partir da metodologia adotada definir as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de três grandes seguimentos, sendo eles: Culturas anuais (arroz, soja, milho e pastagens);
• Pecuária (ovinos, bovinos de corte, bovinos de leite); Agroindústria (produtos de origem animal e vegetal). Este material, conforme o presidente servirá de base para elaboração do novo Plano Agropecuário do Município de Alegrete, no qual constarão as diretrizes para um
Desenvolvimento sustentável nos âmbitos econômico, social e ambiental. Já as ideias e cases foram apresentadas pelos membros das entidades que compõe o órgão colegiado.

A Farinha de Arroz

A Associação dos Arrozeiros de Alegrete, através de sua presidente Fátima Marchezan, apresentou a ideia da “fábrica de farinha de arroz” para o fortalecimento da cadeia produtiva do cereal e estímulo ao empreendedorismo no município e região. A farinha de arroz fornece vitaminas e fortalece os ossos, possui alto teor de fibras, rica em proteínas, é suave e de fácil digestão e, por isso poderia ser introduzida
Inclusive na merenda escolar.
Projetos ‘Jovens no Campo’ e ‘Colhe e Pague’

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais, através de seu presidente Jesus Dorneles, apresentou a ideia dos “Jovens no Campo” para alunos do 5º ao 9º ano das escolas rurais, com a carga horária de uma hora semanal. A iniciativa é voltada a manter o jovem no campo com qualidade de vida. A proposta é de implantar o projeto em março de 2019, sendo o polo do Caverá, o Pioneiro.

A Associação dos Pequenos Produtores de Hortifrutigranjeiros de Alegrete, através de seu presidente Pedro Alex, mostrou a ideia do projeto “Colhe e Pague”, em que os consumidores iriam até as propriedades rurais e eles próprios fariam a colheita dos produtos que desejassem, pagando ao final. O objetivo é o aumento da renda familiar, ocupação dos demais membros da família e interação produtor/consumidor. Com o
Tempo, a ideia é preparar esses produtores para receber visitantes em roteiros do turismo rural em suas propriedades.

Valorização da Produção local e o Selo Ambiental

A ideia da “Valorização dos produtos da terra” foi também apresentada pelo produtor Pedro Alex, pela Associação dos Pequenos Produtores Hortifrutigranjeiros de Alegrete em conjunto com a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Alegrete, no sentido de que os supermercados da cidade estabeleçam uma cota mínima para compra de produtos dos agricultores familiares da cidade, através de algum incentivo municipal e contrapartidas. Com isso, os produtores teriam garantia de venda de seus produtos e poderiam, assim, investir e fazer a atividade crescer na região. Frequentemente os produtores do município possuem o produto, mas não consegue comercializar por causa de trâmites burocráticos, e devido a isso, muitas vezes esses alimentos acabam estragando dentro das propriedades. Hoje, Alegrete traz de fora em torno de 98% dos produtos hortifrutigranjeiros que a população consome, o que demonstra o enorme potencial da atividade na cidade, além de que esse dinheiro poderia ficar circulando na economia local.
O case do “Selo Ambiental do Irga”, foi apresentado pelo Eng. Agrícola Douglas Adolpho como uma alternativa de agregação de valor ao arroz produzido dentro de princípios que prezem pela preservação do meio ambiente, que a cada dia ganha mais apelo pela sociedade urbana. O projeto é bem sucedido já alguns anos e pode ser adaptado para outras culturas e produtos.

Produção de azeitonas e apicultura sustentável

A olivicultura é uma oportunidade que chega em Alegrete para diversificar sua produção primária. No Rio Grande do Sul já há uma área plantada de mais de 2,5 mil hectares em 58 municípios. Conforme o Técnico em Agropecuário Adil Fernandes, da Secretaria de Agricultura e Pecuária, que apresentou o case “Olivicultura – Uma
Oportunidade”, Alegrete possui uma área experimental no Capivari e plantações nos Pinheiros, Rincão de São Miguel e Queromana. A olivicultura no município tem boas perspectivas pelo clima temperado e solo propício e está incluso no zoneamento da cultura, podendo permitir a produção de azeite de oliva e azeitonas, entre outros produtos.
O Eng. Agrônomo e apicultor Ivan Guterres apresentou pela Associação dos Engenheiros Agrônomos de Alegrete o projeto “Adoçando minha vida com mel”, pelo desenvolvimento de uma apicultura sustentável e diversificação da produção. Inicialmente o projeto consiste na implantação de colmeias em propriedades, com orientação técnica e a industrialização da produção em uma central de beneficiamento
Para geração de renda direta às famílias. Posteriormente há possibilidade de fomentar o desenvolvimento de indústrias farmacêuticas, cosméticas e de alimentos na região que utilizem o mel em sua produção.

Extensão Rural e Troca Solidária

Em outra apresentação, o Zootecnista Roberto Pereira da Secretaria de Agricultura e Pecuária, deu ênfase à extensão rural e fomento à atividade da pecuária familiar com a ideia “ATER – O possível e o que necessário para fazer acontecer”, através da melhoraria das condições técnicas dos extensionista (capacitação e infraestrutura) para prestar um melhor serviço ao produtor, através da inserção tecnológica no campo objetivando melhorar o sistema produtivo e a condição social das famílias que moram na zona rural.

A “Troca Solidária” foi um case apresentado pela Associação dos Engenheiros Agrônomos de Alegrete, através de seu presidente Eng. Agrônomo Leonardo Cera. O projeto consiste na troca de material reciclável por alimentos produzidos pela agricultura familiar em Alegrete. Aconteceria através de uma feira, em que os moradores de bairros menos favorecidos da cidade levariam o material reciclável (latas de alumínio, garrafas pet e papelão) para a troca por alimentos. Envolveria a participação da associação de produtores de hortifrutigranjeiros, cooperativa de recicladores, órgãos públicos e comunidades carentes. Haverá ganhos ambientais pela separação de lixo reciclável evitando o descarte em locais inadequados e ou aterros sanitários, aumentando a vida útil destes, ganhos econômicos pela geração de renda aos produtores rurais e cooperados das reciclagens e sociais pela integração e inserção de alimentos de qualidade a população de baixa renda.

Verticalização da Agropecuária e estímulo ao Consumo da Carne Ovina

O Eng. Agrônomo Ivo Mello, do IRGA, apresentou o trabalho sobre a “Verticalização da produção agropecuária” e os desafios do desenvolvimento sustentável, com o aproveitamento do potencial e disponibilidade da reservação de água na região e diversificação da produção nas propriedades agrícolas, com agregação de renda e sucessão familiar.

Por fim, foi apresentado pelo produtor Evandro Corrêa o projeto “Mais Cordeiros”, de iniciativa da Comissão Jovem do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alegrete, que propõe uma produção familiar de cordeiros destinados para produção de carne, além de incentivar o consumo desse produto na região, gerando emprego e renda e
Um produto diferenciado.

A iniciativa de apresentar os cases e ideias na Câmara de Vereadores teve por objetivo discutir alternativas possíveis de geração de novos serviços, produtos, empregos e geração de renda, propondo aos vereadores que estivessem presente a possibilidade de se tornarem padrinhos ou madrinhas dos projetos a fim de somarem esforços para concretização dos mesmos.

Departamento de Comunicação - PMA
Por Alair Almeida - Assessor de Comunicação
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