Período crítico para proliferação do Aedes Aegypti, as equipes de Vigilância em Saúde Ambiental intensificam no verão o trabalho de campo. Os 20 agentes visitam todas as casas, mesmo que não sejam atendidos, tenham permissão negada para visitar o terreno ou sofram ameaças.
Na manhã desta quarta-feira (3), a agente Josiane Siqueira e a estagiária Queronlai dos Santos vistoriavam o Bairro Assunção. Segundo Josiane, que atua no setor há oito anos, o trabalho é dificultado pela ausência dos moradores ou mesmo a má vontade. "Casas mais bonitas são onde menos nos deixam entrar. Pessoas mais humildes dificilmente não nos autorizam", relata a agente. A informação é ratificada pelo coordenador do setor, Marco Bianchi: "o nosso maior problema é a recusa. Não podemos obrigar as pessoas, é uma questão de conscientização", afirma.
Nos meses de novembro, dezembro e janeiro, foram 271 coletas de amostras em residências, terrenos baldios ou comércios e 121 em pontos estratégicos (borracharias, lavagens, postos de combustíveis, etc.), o que indica um elevado número de locais com possíveis criadouros do mosquito. Porém, não houve confirmação de nenhum foco até o momento. Em 2015 foram encontrados 16 focos do Aedes aegypti na zona urbana.
A vigilância Epidemiológica está recebendo desde dezembro o apoio também dos visitadores do PIM e agentes comunitários de saúde na orientação das famílias e identificação de pontos críticos. Os cerca de 100 servidores receberam treinamento de como proceder durante visitas e atendimentos. "Vamos juntar forças e trabalhar em conjunto. Estamos organizados e planejados para esta tarefa", garante a secretária Maria do Horto Salbego.
AEDES AEGYPTI - o mosquito é responsável pela transmissão de três moléstias: a dengue, Febre Chikungunya e o Zika Vírus. Conheça mais sobre as três:
DENGUE:
Sintomas: doença que pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.
Tratamento: Não existe tratamento específico para dengue. O tratamento é feito para aliviar os sintomas Quando aparecer os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde mais próximo, fazer repouso e ingerir bastante líquido. Importante não tomar medicamentos por conta própria.
FEBRE CHIKUNGUNYA: nome que significa "aqueles que se dobram" em swahili, um dos idiomas da Tanzânia. Refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada, na Tanzânia, entre 1952 e 1953.
Sintomas: febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Não é possível ter chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito. O mosquito adquire o vírus CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que o vírus está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.
Tratamento: Não existe vacina ou tratamento específico para Chikungunya. Os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (antiinflamatórios). Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia. Recomenda‐se repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em abundância.
ZIKA VÍRUS: O vírus Zika recebeu a mesma denominação do local de origem de sua identificação em 1947, após detecção em macacos sentinelas para monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda.
Sintomas: cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, levar a óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela primeira vez na história.
Tratamento: Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika. Também não há vacina contra o vírus. O tratamento recomendado para os casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. Os casos suspeitos devem ser tratados como dengue, devido à sua maior frequência e gravidade conhecida.
Relação com a microencefalia: O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e a microcefalia. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. As investigações sobre o tema, entretanto, continuam em andamento para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante.
FORÇA-TAREFA - a Secretaria de Saúde reuniu-se com o comando do 10º B Log e realizou treinamento na última semana com diversas organizações militares para orientação sobre cuidados nos quartéis e a participação destes na força-tarefa proposta pelo Ministério da Saúde. Outros treinamentos devem ocorrer ao longo da semana.
Na manhã desta quarta-feira a 10ª Coordenadoria Regional de Saúde apresentou um plano de ação a secretarias de saúde da região, Defesa Civil e o comando da 2º Brigada de Cavalaria Mecanizada com instruções para a ação conjunta que deve ocorrer nos dias 13, 15, 16, 17, 18 e 19. O Exército trabalhará na informação e auxílio na eliminação de criadouros.
Nesta sexta-feira (5) a Administração Municipal terá a participação em sua reunião semanal de gestão com os setores da Prefeitura envolvidos no combate ao Aedes aegypti. O encontro preparará para o encontro de diversos órgãos de Alegrete que acontece no dia 11.
ORIENTAÇÕES PARA EVITAR A PROLIFERAÇÃO DO AEDES AEGYPTI:
- Virar garrafas vazias com a tampa para baixo;
- Não deixar entulho no quintal ou nas ruas;
- Cobrir a caixas dágua e piscinas;
- Guardar baldes virados para baixo;
- Varrer a água parada, inclusive a das lajes;
- Colocar terra ou areia nos pratos de vasos de planta;
- Retirar as folhas e sujeira de calhas que dificultam o escoamento da água;
- Lavar todas as semanas baldes e tanques que armazenam água;
- Se tiver plantas aquáticas, lave com água e sabão a parte de dentro do vaso, todas as semanas;
- Manter a lata de lixo devidamente tampada;
- Guardar pneus em locais cobertos, longe da chuva. Faça furos na parte de baixo ou entregue no serviço de limpeza;
- Muros com cacos de vidro: colocar massa ou areia para evita que a água da chuva se acumule;
- Verificar se há água acumulada nas bandejas dos aparelhos de ar-condicionado.
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